quinta-feira, 13 de junho de 2013

Texto de Maria Eduarda Buarque, natural de Recife, residente em São Paulo
Quantos peguetes você tem? Vai, se esforça. Fala só para você. Vale contar os mimimis, os rolos inacabados (opa! Tamo aí), os que mandam mensagem de madrugada e os que só mantem por garantia do usucapião. Vai que você resolve dar uma chance ao amor, né? Oi! Aqui! Amor?
Ah, você tem o dedo podre. Só se mete em furada – pega uma fila de gatos mas nenhum deles presta. Ou até sim, mas tá curtindo uma fase, não pode agora. Sei como é. Para completar – quem merece? Você mora em São Paulo, cidade cinza onde todo mundo acredita que não existe amor porque o Criolo disse – já cantou essa com as mãozinhas no peito, né? Bêbada.
Não foi só ele, você vai retrucar. Em São Paulo também tem gente que sai de madrugada pichando as bancas de revista pedindo por favor pelo pobre do amor. Por favor – já viu disso? Tá lá, ó: no Instagram de todo mundo.
Pobre do amor. Você até tentou engrossar o coro. Usou hashtag, venue do Foursquare, arrecadou likes e manifestantes em prol do coitado. Alguém foi lá e comentou entre aspas que “o amor é importante, porra!” e você respondeu com um S2.

Não era nenhum dos seus lances, né? Imagina se algum deles ia fazer isso. Vai que você leva a sério, acha que ele tá querendo algo, se declarando, te pedindo em casamento. Não! Pelo amor de deus! Mas e os peguetes? Chegou a um número? Contabiliza os pokes também – claro que vale! Tem poke que vem com intenção embutida, boba. Fechou a conta? Ótimo. Agora me diz: vai passar o Dia dos Namorados sozinha, né? E postar no Facebook que tá feliz da vida.
O amor que se foda.

Texto extraído do sitehttp://caiobraz.com.br/

Tagged:

0 Opinioes:

Postar um comentário