domingo, 2 de junho de 2013

Olá você, querido leitor. Pensei em começar uma coluna nesse blog muito instrutiva sobre a sétima arte. Nela falarei um pouco sobre certo roteirista, diretor, figurinista ou produtor e suas principais obras. Acho que despertaria em você uma curiosidade maior para o aprofundamento no assunto, além de serem excelentes dicas para seu tempo livre.

Essa semana, eu começarei falando sobre o polêmico cineasta dinamarquês Lars Von Trier.



Você deve conhecê-lo como o nazista desgraçado banido do festival de Cannes em 2011, mas ele é muito mais do que isso.

Lars von Trier era de uma família de intelectuais em que, segundo ele, apenas a religião e as emoções eram proibidas. Viveu uma infância nada convencional, no qual sua mãe permitia que ele se expressasse com livre arbítrio em todas as decisões que lhe aparecessem, decidindo até mesmo se queria ir ao colégio, ou fazer seus deveres. Trier afirma que essa característica de criação sempre lhe pareceu bastante vantajosa, entretanto, lhe trouxe uma eterna sensação de ansiedade e necessidade de controlar tudo o que ocorre a sua volta.

Com aproximadamente 10 anos de idade, Trier começou a se interessar pelo cinema ao ter contato com uma câmera super 8mm que sua mãe possuía. Nela, criou inúmeras curtas amadores onde retratava o mundo a sua volta, experimentando e inventando suas próprias técnicas.

Anos mais tarde, com sua entrada na Escola Dinamarquesa de Cinema, que o diretor pode de fato explorar tudo o que o cinema da época oferecia. Quanto a esse período, Trier afirma que não aceitava com facilidade as regras e convenções que lhe eram impostas, entrando em atrito constantemente com a maioria de seus professores.

Em 1995, após muitas obras criadas, surge o “Dogma 95”, movimento que Trier e seu colega Thomas Vinterberg criaram. Trier propõe então que o cinema passe do excessivamente técnico para o quase “despido”, purista. Ele afirma que, por trás dos dez mandamentos do manifesto, que exigem desde a utilização da luz e som natural dos ambientes, até a não figuração do nome do diretor nos créditos, há uma vontade de resgate da inocência perdida do cinema, algo que ainda seja vigente mesmo sem a explosão de efeitos especiais que se vê nos filmes de hoje. Diante desse discurso, o público, a mídia e os críticos se dividiram em grupos de adoração e repulsa, que até hoje põe em questão a validade desse movimento.

Conheci-o um pouco tardiamente em 2011. Já havia visto Dogville superficialmente antes e alguns trechos de Melancolia (sim, esses trechos que você está pensando,mesmo). Quando vi que o CCBB de Brasília fazia uma retrospectiva dele, eu acabei indo, mas sem muito entusiasmo. Vi quase todos os trabalhos dele, incluindo um debate com o seu antigo professar na Escola Dinamarquesa de Cinema, e me encantei.

Para quem gostaria de conhecê-lo, indico Melancolia como uma introdução ao universo “Trieresco”. Filme com um dos prólogos/introduções mais lindos da história do cinema. Um verdadeiro resumo do enredo com imagens belíssimas ao som de Richard Wagner com Tristão e Isolda. Além, é claro, de ser o filme de mais fácil aquisição ou locação.

Depois, Dançando no Escuro com a Björk como protagonista. Musical completamente diferente dos feitos atualmente, além de ser triste de cortar a alma.

Com esses dois filmes visto e já completamente imerso, Os idiotas, Dogville e Maderlay serão mais facilmente digeridos. Minha única sugestão é deixar Anticristo como uma das ultimas obras a serem vistas. Eu a considero uma catarse do Lars na direção e roteiro. A maioria dos que vão ver desavisados acabam se chocando e saindo decepcionados. Mesmo assim, Anticristo tem uma dasintroduções espetaculares do Von Trier.

O novo trabalho dele, Ninfomaníaca, está sendo muito aguardado no exterior (e por mim). A história seguirá a vida de uma ninfomaníaca (duh!) da adolescência a vida adulta e será dividida em dois filmes. Cenas reais de sexo e um elenco de grandes estrelas vêm chamando a atenção da grande mídia novamente para o diretor, após o mesmo ganhar o status de personanon grata no festival de Cannes.


E é isso, pessoal. Semana que vem trarei outra pessoa do mundo audiovisual e mais dicas sobre seus trabalhos. 

E, para quem se interessou pelo diretor, o site www.larsvontrier.com.br tem um ótimo material de pesquisa.

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